terça-feira, 23 de agosto de 2016


Alunos do 2º ano do Ensino Médio e do curso de Letras/Português do Campus de São Sebastião participaram de uma atividade de manejo Agroflorestal, nos dias 2 e 12 de agosto, realizada em uma parceria com a Horta Orgânica Girassol, localizada no Morro Azul, também em São Sebastião.
O projeto integra o conjunto de ações do novo Núcleo de Estudos Agroecológicos (NEA), e continuará acontecendo ao menos pelos próximos dois anos. A atividade contou com a mediação teórica e prática do colaborador Igor Caribé, que além de ser co-agricultor na Horta pela Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), é professor e mestrando de Filosofia pela Universidade de Brasília, e membro do coletivo Alcateia (Amigos Ligados pelo Cuidado Ambiental da Terra em Integração Agroecológica).
Manejo Agroflorestal 

O primeiro encontro começou com uma apresentação teórica resumida, para integrar os estudantes ao que seria realizado na prática. Foi apresentado o conceito de permacultura, entendido como o conjunto de ações e ideias sustentáveis, capazes de prover uma “cultura permanente”. A partir daí desenvolveu-se o significado geral de agrofloresta.
Já na parte prática, os alunos tiveram a oportunidade de aprender como se estrutura uma agrofloresta. Com a orientação de colaboradores, foram plantadas espécies como mandioca, feijão-guandu, feijão-de-metro e ervilha. Além do plantio, a própria biomassa do local, sobretudo bananas e jaqueira, foi manejada para que pudesse ser incorporada pelo solo da região. Para isso, folhas foram separadas de seus galhos, que foram limpos para ficarem o mais reto possível, facilitando sua adaptação ao relevo.
O segundo encontro, que contou com a participação do professor de química Fernando Cabral, vinculado à Universidade Estadual Paulista (UNESP), e com a colaboradora Isabel Galega da Silva, moradora do Bairro São José, foram analisadas quais as espécies de árvores haviam disponíveis no viveiro da Horta. As atividades foram concluídas com a forragem dos canteiros, com troncos, folhas de bananeiras e outras folhagens e, folhas secas como cobertura

sexta-feira, 8 de julho de 2016

As plantas precisam de espaço para fixar suas raízes e respirar, sol e água para realizar a fotossíntese e produzir energia, vitaminas que são os nutrientes que deixam elas bonitas e saudáveis e tratamentos para combater doenças e pragas. Existem três métodos de cultivo muito conhecidos. São eles: convencional, orgânico e hidropônico.

Sol, água e ar estão disponíveis em todos os métodos. A diferença, é o local de cultivo, a forma como são fornecidas as vitaminas e os medicamentos que as plantas precisam. Mas você sabe de quais modos são realizadas estas formas de cultivo?

Cultivo convencional

É a mais utilizada no mundo e o cultivo se dá diretamente na terra, desde pequenas hortas em casa até grandes produções. As plantas retiram do solo os nutrientes que precisam. Antes de plantar é preciso realizar a análise do solo que identificará quais nutrientes estão em falta na terra. Em seguida, cria-se um plano de adubação para a planta, desde o semeio até a colheita. Essa adubação pode ser realizada com composto de qualquer origem, sendo mineral (o conhecido NPK – Nitrogênio, fósforo e potássio) ou orgânico, como húmus. Para combater fungos e bactérias no método convencional, os defensivos podem ser químicos, orgânicos ou biológicos.

Cultivo orgânico


Também é realizado diretamente no solo, mas sem produtos químicos e obedecendo os princípios e métodos da agroecologia, como cultivo em ambientes diversificados em fauna e flora e revolvimento mínimo no solo. Toda adubação e proteção são feitas com matéria orgânica como restos vegetais e esterco além de vegetação seca.

O combate a pragas é feito com métodos alternativos ou biológicos como caldas caseiras e óleos vegetais.

A venda pode ser feita diretamente no local de produção ou em feiras livres onde é dispensado a obrigatoriedade da certificação. Mas quando a venda é realizada no varejo, em supermercados ou hortifrútis, é necessário o selo de certificação orgânica emitido pelo órgão licenciado pelo ministério da agricultura.


Cultivo hidropônico

Neste sistema as plantas são cultivadas fora do solo. Elas crescem na água, flutuando em reservatórios, alojadas em calhas ou tubos em um meio composto por brita, areia ou outros materiais inertes.

Nesta técnica as plantas ficam em um ambiente mais controlado e protegido contra pragas e doenças. Ainda assim é permitido o uso de produtos de origem química, orgânica ou biológica no tratamento das plantas.

A hidroponia também pode ser auxiliada pelo uso de outros substratos como: cascalho, areia, vermiculita, perlita, lã de rocha, serragem, casca de árvore, etc., aos quais são adicionados uma solução de nutrientes contendo elementos essenciais para o desenvolvimento da planta.

Gostou de conhecer os diferentes tipos de cultivo? Deixe seu comentário!

terça-feira, 21 de junho de 2016


Comum em zonas rurais, o hábito de plantar e colher o próprio alimento tem sido, aos poucos, apropriado também por quem nasceu e cresceu na cidade. Por razões que envolvem a própria saúde, a preocupação com a saúde do planeta e a expectativa de promover o contato entre a natureza e as pessoas, gente intrinsecamente urbana tem buscado alternativas ao consumo de hortaliças e temperos, aplicando e replicando iniciativas de cultivo orgânico em locais onde o concreto predomina.
Formado por profissionais de diferentes áreas, o movimento Raiz Urbana incentiva e dissemina a ideia de horta em ambiente urbano. “Usamos as hortas urbanas como porta de entrada para um tema amplo. Queremos trazer a discussão à tona, mostrar referências e explicar como a mudança no modo de produção e consumo de alimentos pode ajudar economias enfraquecidas”, explica o arquiteto Leonardo Brawl Márquez, um dos fundadores do Raiz Urbana.
Outro objetivo do movimento, segundo Leonardo, é participar de debates e propor discussões que levem à construção de políticas públicas que venham a regulamentar o cultivo ecológico de alimentos em ambientes citadinos. Atualmente, não há, na capital gaúcha, leis que limitem nem permitam, ou mesmo que definam regras para as hortas urbanas.
Além de marcar presença em fóruns e outros tipos de atividades que proporcionem uma discussão sobre o tema, o Raiz Urbana comunica-se com grupos de outros estados e do exterior para trocar informações e conhecer exemplos que sirvam de inspiração para o Brasil. Se na página do movimento no Facebook exemplos de hortas urbanas e hortas comunitárias ao redor do mundo são recorrentes, oficinas e workshops oferecidos também promovem iniciativas individuais.
Ensinamentos simples, mas valiosos, que passam por coisas como não matar seumanjericão e quais os melhores temperos para plantar em casa são exemplos do que tem sido disseminado pelo grupo. “Não achamos que as pessoas vão ser autossuficientes. A gente incentiva que elas façam o melhor com pouco e complementem isso com uma consciência alimentar maior, de comprar direto do produtor e evitar os atravessadores”, explica.
Professor do departamento de botânica da UFRGS e um dos coordenadores da ONG InGá, que promove a sustentabilidade estimulando modos de vida saudáveis, Paulo Brack também vê valor social na horta urbana, para além da produção de alimentos orgânicos.
O pesquisador se dedica ao estudo de plantas alimentícias não-convencionais (pancs)e considera as hortas urbanas como um ferramenta de reaproximação do homem com a natureza. “(As hortas) são uma coisa que reconectam culturas. Além disso, elas proporcionam às pessoas fazerem um trabalho conjunto, de troca de saberes”, analisa.
No casarão que abriga a InGá, no centro de Porto Alegre, uma pequena horta orgânica com pancs como dente-de-leão, serralha e bertalha, comuns na flora gaúcha, mas ainda pouco vistas na mesa, serve de “laboratório de testes”. Parte do que é plantado ali se transforma em receitas para identificar a melhor forma de consumir as Pancs (veja receitas de pancs clicando aqui e aqui).
O botânico que, em mais de 10 anos de pesquisas, catalogou 201 espécies de plantas alimentícias não convencionais explica, ainda, que qualquer pessoa pode ter acesso a estas espécies em casa sem muito esforço. Muitos desses vegetais, com potencial para o consumo ainda pouco explorado, brotam naturalmente em canteiros e pátios de casas: “sabemos que há pelo menos 500 espécies no Rio Grande do Sul que são comestíveis, e muitas delas estão disponíveis o ano inteiro. O consumidor não está acostumado, mas existe um potencial muito grande nessas plantas que crescem em quintais e canteiros.”
Para a estudante independente de permacultura Milena Vilma Ventre, 20 anos, o pátio de casa é lugar de alimento desde muito cedo. Ex-estudante de Gestão Ambiental, curso que abandonou para se dedicar ao estudo da permacultura, ela foi criada em meio a um exemplo inspirador: sua avó mantinha uma horta orgânica, cuidada com esmero, nos fundos de casa.
De alguns anos para cá, o cultivo de alimentos virou, também, parte de sua rotina. Na casa onde vive com os pais, os irmãos, cachorros e galinhas, Milena planta hortaliças, frutas, ervas e temperos, além de produzir mudas para doação. Em 2015, a paixão de infância começou a tomar contornos de atividade profissional. Milena começou a dar palestras em escolas e realizar oficinas sobre o tema em cafés e eventos de Porto Alegre. “Não acho justa, boa e limpa essa produção atual de alimentos. E a melhor maneira de questioná-la e fazer os demais a questionarem é plantando. O dia pode ter mais cores, sabores, aromas e sensações”, defende. Por que não tentar?
Para encontrar quem trabalha com insumos para uma horta orgânica, use este guia. Ele também mapeia produtores, feiras orgânicas, lojas físicas, deliveries e restaurantes que priorizam ingredientes orgânicos, caso você, ainda, não consegue plantar tudo o que consome.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Horta comunitária em São Paulo produz legumes e hortaliças. Agricultura urbana é vista por especialistas como atividade promotora de saúde.
Na maior cidade do país tem tanto concreto, carro, prédio, que não sobra muito espaço para o verde, a natureza, a produção de alimento.

Mas quem disse que precisa de muito espaço? São Paulo está cheia de boas iniciativas de agricultura urbana. Vale usar o terraço de casa, o fundo do quintal, a varanda do apartamento e por que não uma praça?

Foi o que fez a jornalista Cláudia Visoni. Ela e um pequeno grupo de amigos criaram a primeira horta comunitária num espaço público de São Paulo. A Horta das Corujas fica na Zona Oeste da capital e acaba de completar três anos.

"A gente planta no estilo agroecológico. Tem gente que acha estranho estar tudo misturado, mas tem um objetivo: as plantas misturadas elas se protegem, elas se complementam e isso evita proliferação de praga", explica Visoni.

Nos 800 metros quadrados da horta, a gente logo reconhece a couve, a salsinha, a beterraba, mas o forte são as chamadas hortaliças não-convencionais, como azedinha, peixinho, bertalha, almeirão roxo e capuchinha.

O uso de venenos e adubos sintéticos é proibido. Os voluntários fazem um composto à base de folhas e esterco de cavalo para alimentar as plantas.

A horta conta com cerca de 15 voluntários mais comprometidos, que cumprem uma escala de rega e adotam canteiros, mas centenas de outras pessoas já passaram pela horta.

Cláudia Visoni explica que, por se tratar de um espaço público, as regras são mínimas. “Esse é um espaço de liberdade. A cerca só existe para os cachorros não entrarem, a praça é aberta, 24 horas por dia, sete dias por semana. Quem quiser entrar, visitar, colher, plantar é bem-vindo. A gente só pede: por favor não roubem mudas! Porque tem gente que não entende esse conceito do coletivo e do comunitário e vem na horta pra roubar muda...”, declara.

Antes de existir como horta, o espaço era um morro gramado. Hoje, além de todas as verduras, os legumes e as ervas, o pessoal conta também com uma nascente que dá conta de abastecer o cultivo mesmo nos meses mais secos do ano.

“A gente tem aumentado a quantidade de água só por manter esse lugar protegido, com a vegetação e sem as pessoas pisotearem”, explica.

Além do trabalho na horta comunitária, Cláudia Visoni mantém um grupo nas redes sociais chamado Hortelões Urbanos, que reúne mais de 20 mil pessoas em todo o país para trocar experiências sobre o plantio doméstico de alimentos.

E claro, ela cuida da própria horta no fundo de casa. “Eu produzo, talvez, nem 10% daquilo que a gente come, mas praticamente em toda a refeição a gente come alguma coisa que veio aqui de casa. Foi a partir da visão de que a agricultura urbana é importante, do ponto de vista ambiental, que eu comecei. Mas aí eu descobri todo um universo de benefícios, que vão muito além desses. Vai desde a gente conhecer outras pessoas e passar a se relacionar por meio de uma coisa muito legal, que são as plantas, até a ter uma alimentação mais fresca, mais saudável, mais diversificada, mais barata... E isso é maravilhoso”, comenta.

Uma pesquisa da faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo, comprovou o que a Cláudia e todos do seu grupo já sabiam: "Nós chegamos a conclusão que a agricultura urbana agroecológica ela é sim uma atividade promotora de saúde. Nós temos relato de pessoas que viviam com muita ansiedade, crianças muito agitadas, casos de depressão, fobias, pessoas que não conseguiam falar em público, começaram a participar das rodas de conversa, e colocar seus próprios problemas, porque o espaço da horta também é um espaço de socialização", Silvana Ribeiro, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública/USP.

Isamu Yokoyama é agrônomo da Fundação Mokiti Okada, o criador da chamada agricultura natural. Há três anos, a fundação criou o programa "Horta em Casa". Quase 60 mil pessoas já fizeram os cursos e as oficinas que ensinam o passo-a-passo do cultivo doméstico.

“Toda a construção da agricultura tecnicamente, nós visamos a vivificar o solo, fazer com que ele ganhe um desenvolvimento normal, através de microrganismos, através de matéria orgânica de origem vegetal. Então, transformando esse solo poroso, profundo, onde pode desenvolver bastante raízes. Esse contato constante com a natureza que a gente vai trabalhando o solo, não é apenas para modificar o solo, mas para modificar o ser humano também”, declara.

Fonte: Globo Rural


terça-feira, 14 de junho de 2016


Uma parceria inédita entre a Embrapa e entidades voltadas para a agricultura urbana poderá resultar na abertura de uma linha de pesquisa no órgão com foco nesse tipo de produção.
O primeiro passo nesse sentido aconteceu no dia 24/05, quando foi realizada na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, no Rio de Janeiro, uma reunião visando à construção de uma agenda comum para pesquisa em agricultura urbana.
Além de representantes da Embrapa, participaram do encontro pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, agricultores vinculados à Rede Carioca de Agricultura Urbana e a equipe técnica do Programa de Agricultura Urbana na AS-PTA.
Durante a reunião, foi realizado um levantamento inicial das principais demandas dos agricultores urbanos sobre manejo de solos, aproveitamento de espaços reduzidos, irrigação (aproveitamento de água de chuva), entre outros temas.
Na opinião da Marta Ricci, pesquisadora que representou a Embrapa na reunião, os benefícios de uma linha de pesquisa como esta são múltiplos. “O cultivo de hortas urbanas traz a melhoria da condição alimentar e nutricional das populações de baixa renda, a geração de renda e trabalho para muitas famílias, e a redução de gastos com a compra de alimentos”. Além disso, acrescentou, “é promotora da economia solidária, praticada por populações carentes e vulneráveis, que se organizam coletivamente em cooperativas de coleta e reciclagem de lixo, em redes de produção, comercialização e consumo etc”. Por último, a engenheira agrônoma lembrou que esses cultivos “auxiliam na manutenção de áreas verdes, no aumento da absorção de águas pluviais e na melhoria do microclima, mitigando o efeito das ´ilhas de calor´ nas grandes cidades”.
A ideia é que se abra uma linha de pesquisa que contribua para o planejamento da produção dos cultivos orgânicos mais adequados à Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
“Além do caráter inovador dessa iniciativa, é importante ressaltar que essa agenda está sendo elaborada de forma participativa, mediante a consulta a agricultores urbanos”, resumiu Marcio Mendonça, coordenador do programa de Agricultura Urbana da AS-PTA.

segunda-feira, 13 de junho de 2016



Frutas e verduras orgânicas plantadas pela própria comunidade! Nesta edição, o Momento Ambiental mostra iniciativas de moradores que criaram hortas comunitárias e beneficiaram toda a vizinhança. Visitamos uma plantação, no Distrito Federal, que já é considerada uma das maiores hortas comunitárias da região e atende várias cidades. Além de gerar produtos fresquinhos e naturais, a horta comunitária também semeia a amizade entre os moradores.

segunda-feira, 9 de maio de 2016


A nona edição da AgroBrasília ocorre de amanhã até sábado, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci. Considerada como uma das maiores feiras de agronegócio do Brasil, o evento vai destacar a produção regional como força da economia.
O evento é organizado pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF). Entre os destaques da feira estarão as novas tecnologias que podem ser usadas na produção de grãos do Planalto Central. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que o DF detém a melhor produtividade de grãos do país: são 5.047 quilos por hectare. A expectativa é que, neste ano, bom rendimento das lavouras deve elevar em quase 5% o total de grãos produzidos em à colheita anterior.
Outro destaque será para a agricultura familiar, com a apresentação de técnicas que possam auxiliar no aumento da produção. Um dos objetivos é dar subsídio para que os pequenos produtores aprendam a produzir hortaliças de qualidade seguindo o sistema orgânico, inclusive com o uso de estufas. "Parte da sociedade, inclusive alguns agricultores, acredita que o cultivo protegido não combina com a agricultura orgânica, mas isso é um mito, uma vez que a estufa protege a planta, reduzindo significativamente a ocorrência de pragas e doenças", aponta Rafael Medeiros, extensionista rural da Emater de Sobradinho.

quinta-feira, 5 de maio de 2016


A busca por uma vida saudável tem feito os brasilienses consumirem cada vez mais alimentos isentos de agrotóxicos. A tendência impulsionou em 20% a média anual de vendas de produtos orgânicos no Distrito Federal, segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/DF). A alta torna torna a agricultura orgânica uma excelente oportunidade de negócio.
Embora exista uma demanda considerável por produtos livres de veneno, nem todo empreendedor obtém êxito em sua comercialização. A falta de estratégia, aquisição de certificação e de mão de obra qualificada estão entre os principais entraves. Nesse momento, a consultoria especializada do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) atua para promover uma mudança de comportamento dos negócios do campo.
Os produtores Edio Christ e Nely Christ conseguiram decolar na atividade rural graças ao auxílio oferecido pela entidade. O casal viveu em Rondônia por 20 anos. Ele, pedreiro. Ela, educadora. Depois que se aposentaram de suas atividades, vieram para o Distrito Federal, onde ingressaram na atividade rural.
"Eu não tinha nenhuma experiência com o plantio. Tudo o que aprendi foi durante visitas em roças de amigos. Curioso, eu perguntava sobre tudo e tentava desenvolver o que aprendia na minha horta", contou Edio. O trabalho com a agricultura orgânica acontece há três anos na propriedade de dois hectares do casal. Segundo ele, a parceria com o Sebrae impulsionou a produção em 30%, gerando um lucro proporcional ao crescimento.
O Sebrae também criou uma nova identidade para a empresa do casal. A mudança ocorreu desde o planejamento da produção, até a forma com a qual o produto é entregue aos clientes. "Outro dia uma moça viu meu número na etiqueta de uma embalagem e me ligou só para elogiar", diz Nely, orgulhosa do feito. Na propriedade também foi montada uma estufa com 350 metros quadrados, onde há plantações de tomates tipo cereja, pepinos e brócolis.
A agricultura orgânica movimenta cerca de R$ 30 milhões por ano, segundo o Sebrae. A comercialização das hortaliças são realizadas principalmente em feiras. Para que seja habilitada a venda em redes de supermercado e estabelecimentos especializados, é necessária a aquisição de certificação da Ecocert, obtido por meio do apoio do Sebrae. Dentre os cerca de 7 mil produtores distritais, apenas 121 possuem o selo.
Segundo o gerente da Unidade de Atendimento Coletivo do Agronegócio (Uagro), "O Sebrae/DF trabalha para que a sociedade entenda a agricultura orgânica não só como uma ferramenta econômica viável, mas também como respeito ao homem e ao meio ambiente e à própria qualidade de vida". A entidade atende produtores principalmente em Brazlândia, Planaltina, Lago Oeste, São Sebastião e Paranoá. 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

sexta-feira, 22 de abril de 2016



Como o sonho de ver também na periferia a árvore-símbolo de Brasília, o advogado Rodolfo de Mello Prado transformou a própria casa em uma espécie de maternidade para a criação e posterior doação de minimudas de ipê. O projeto começou há quase nove anos, e mais de 50 mil plantinhas já deixaram a estufa do idoso, de 77 anos, para embelezar ruas nas 31 regiões administrativas do Distrito Federal.
Os "adotantes" assumem o compromisso de sempre aguá-las e cuidar delas. Também ganham uma plaquinha de PVC e um grafite, com o qual podem registrar o nome de alguém a quem querem homenagear.

Prado conta que começou a pensar a respeito depois de ver várias notícias sobre ecologia e poucas pessoas agindo efetivamente em prol do meio ambiente. Encantado com a beleza dos ipês, ele saiu com o filho de um amigo para colher sementes e tentar plantá-las em casa. Todas vingaram. Veio, então, a ideia de colorir a cidade.

"A gente colocava as mudinhas em saquinhos pretos e distribuía 2 mil, 3 mil mudas por evento [público que tinham conhecimento] nos primeiros três anos", lembra. Atualmente, os principais destinatários são escolas, igrejas e instituições sociais.
O homem decidiu então melhorar a estrutura em casa, na QI 21 do Lago Sul, e montou uma estufa de 70 metros quadrados. As mudas são irrigadas artificialmente, e há um funcionário para encher os saquinhos de terra. A coleta das sementes e o plantio na "sementeira", de isopor, são feitos pelo próprio advogado. O gasto anual com manutenção do espaço é de R$ 20 mil.
"Os ipês brotam depois de dois meses, aí temos de passá-los para um saquinho com 15 centímetros de terra. Eles desenvolvem 19 centímetros e então estão prontos para que ocorra a distribuição da minimuda", explica.
Prado cultiva duas espécies do ipê amarelo, uma do roxo, uma do branco e uma do rosa. Segundo ele, o objetivo não é promover reflorestamento, mas instigar a consciência ambiental nas pessoas. As mudas também podem ser compradas. Os preços variam entre R$ 2 e R$ 25, de acordo com o tamanho e a "embalagem".
"A gente não quer distribuir para qualquer um. A gente quer que essa pessoa que pegue leve para casa, cuide, de dois em dois dias ou todo dia coloque água lá. É como adotar uma criança, mas essa criança não chora, não faz xixi, não incomoda", diz. "Para a gente, essa consciência ambiental só aparece se a pessoa cuida de alguma coisa. Costumo fazer uma brincadeira com aquela frase de 'O Pequeno Príncipe' e digo que você se torna responsável por aquilo que cultivas."

O idoso diz que já recebeu encomenda de minimudas para lembrancinhas de festa. Ele mesmo tem dez pés de ipês e com alguma frequência recebe visitas de curiosos sobre o projeto. O neto, de 27 anos, eventualmente o ajuda a cuidar das plantas.
"A vida do ipê é uma analogia muito firme de evolução, de persistência. Ninguém se torna mais sábio da noite para o dia, por exemplo. Pensa na pessoa quando vai à escola e no plantio da mudinha de ipê. O crescimento deve ser feito o daquele ipê. É lento, mas sempre crescendo um pouco, e em determinado momento há a explosão em uma beleza admirável. Florido, o ipê é muito bonito. É quando a pessoa que foi educada começa a retribuir à sociedade aquilo que ela teve", compara Prado.
O homem, que nasceu em Minas Gerais e chegou ao DF em 1967, afirma ter preferência pelo amarelo por causa da "luminosidade". Ele conta passar três horas por dia na estufa com as plantas. O sonho é de um dia conseguir ampliar o projeto.


"Acho que quanto mais eu distribuir mais realizado eu fico. Eu sempre tive uma preocupação social muito grande, queria devolver à sociedade o que ela me deu por meio dos estudos e trabalho. Acho que a gente tem que retribuir um pouco. Gostaria imensamente de produzir 40 mil mudas no ano, mas esbarro na dificuldade financeira. Cansei de bater na porta de empresários, porque todo mundo tem dificuldade."

Capital do ipê

Prado afirma que foi aqui que aprendeu a se apaixonar por ipês. Ele chegou anos depois da inauguração da nova capital e por cinco anos testemunhou o também início da Universidade de Brasília, de onde foi diretor-administrativo por igual período. 

"Quando eu cheguei, Brasília era uma maravilha para se viver. Você tinha tranquilidade, espaço, o trânsito era maravilhoso. Tinha ainda a construir, um pouco de barro, mas faz parte. Aqui em Brasília você não tinha parente, você tinha amigo. A gente fazia amizade de uma profundidade tal que a pessoa viajava e deixava os filhos com a gente, com amigo. Uma solidariedade muito grande", lembra o homem.

Para o advogado, as políticas de doação de terras "destruíram" a cidade. "Brasília é uma ilha cercada de miséria por todos os lados. Saio, vou para fora, para São Sebastião, Santa Maria, e vejo se distribuo um pouco de ipê. Não tem nada plantado. O governo só faz as coisas no Plano Piloto, aí faz logo a plantação de umas 2 mil plantas. Passa em São Sebastião, não tem nada arborizado."
"Dizem que Brasília é uma cidade arborizada, mas pinoia, é o Plano Piloto. Fora não tem um pedaço de pau plantado. Na periferia é muito estéril, o governo não planta muita coisa, então eu forneço", conclui.
Praças de ipês
Por meio de uma parceria entre a TV Globo, o “Correio Braziliense”, a Digital Group e o GDF, quatro praças de ipês serão construídas na cidade. A Praça da Paz foi inaugurada no Parque da Cidade em março com árvores brancas. Em setembro, será a vez da criação da Praça da Cidadania, ao lado do Teatro Nacional, enfeitada por ipês amarelos. Ipês roxos serão plantados em Taguatinga na Praça do Respeito, em março de 2017. Em outubro de 2017 será inaugurada a Praça do Amor em Sobradinho, com ipês rosas.


Os ipês desabrocham entre junho e outubro seguindo a sequência de cores rosa, roxo, amarelo, verde e branco. Nativa do cerrado, a planta está presente em locais com temperaturas entre 18 °C e 26 °C e leva até 20 anos para desenvolver os troncos tortuosos com casca grossa. A altura pode variar entre 8 e 20 metros, e as copas coloridas duram uma semana, segundo a umidade do local.
Fonte: G1/DF

quarta-feira, 13 de abril de 2016


Dezessete famílias receberam a declaração de Organização de Controle Social — documento concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que os reconhece como produtores orgânicos. Agora, eles podem classificar seus alimentos como provenientes dessa agricultura no momento de vendê-los ao consumidor.É o sétimo grupo devidamente documentado no Distrito Federal. Dentro de um mês, mais 20 agricultores do assentamento em São Sebastião iniciarão as oficinas técnicas da Emater."O DF tem 198 produtores cadastrados e isso representa 2% de todas as propriedades produtivas", informa o coordenador de Agroecologia e Produção Orgânica da Emater, Roberto Carneiro. "Temos um programa de longo prazo para a transição no cultivo e outro de incentivo para quem está na fase inicial", explica. "Nosso objetivo é atingir 3,6 mil agricultores orgânicos até 2018."Com 54 famílias distribuídas em 400,8 hectares, o Assentamento 15 de Agosto existe desde dezembro de 2013, fruto de acampamento destinado à reforma agrária. Cada propriedade cultiva de mil a 5 mil metros quadrados de orgânicos, incluindo banana, abóbora, batata-doce, brócolis, cenoura e beterraba.De acordo com diretora de Assentamentos Rurais da Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Viviane Anjos, a iniciativa da Emater é aberta a todos no local, mas algumas famílias trabalham com a criação de animais, o que não se enquadra no público da projeto da empresa pública.
Treinamento
A possibilidade de oferecer alimentos sem agrotóxicos e de ter o comércio mais valorizado motivou o casal Francisco Jorge de Almeida, de 24 anos, e Michelly Ornelas de Matos, de 31, a deixar o modelo convencional de plantio e optar pelo cultivo orgânico. Assim como outros 16 produtores do Assentamento 15 de Agosto, em São Sebastião, eles participaram, durante um ano, de atividades no processo de produção. Foram 15 encontros — entre oficinas, palestras e visitas técnicas — realizados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).Sob a supervisão de extensionistas, os trabalhadores rurais aprenderam sobre compostagem e bokashi (técnicas para enriquecimento do solo) e produção de caudas (método para controlar pragas e insetos), entre outras práticas. "Abordamos também questões referentes à legislação específica para que eles obedeçam rigorosamente ao modo de cultivo", explica a extensionista Lilian Jardim.

MinistérioResponsável por entregar as declarações aos agricultores, o fiscal do ministério Claudemir Roberto Sanches enfatiza que eles obedecem a uma série de determinações para serem reconhecidos como produtores orgânicos. Mais especificamente à Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003 e ao Decreto nº 6.323, de 27 de dezembro de 2007, que regem esse tipo de produção. "Eles assumem o compromisso de ofertar produtos de qualidade à população, e o ministério vai fiscalizar se isso ocorrerá de fato", afirma Sanches.

segunda-feira, 11 de abril de 2016


Qualquer visitante pode ouvir o canto dos pássaros e o relinchar dos cavalos. Compõem o cenário, ainda, cachorros a correr livremente e galinhas comendo, de grão em grão. Os insetos e o barro, que suja os sapatos, não incomodam. Não demora para tradicionais canções brasileiras, relacionadas ao interior, começarem a fazer sentido. Essa realidade está a poucos quilômetros do centro político e administrativo do país, onde pelo menos 90 mil pessoas vivem em áreas rurais, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A surpresa está no fato de que esse contexto tem atraído jovens, interessados numa rotina longe da agitação metropolitana.

Leandro Lima, 28 anos, e Israel Agilio Sousa, 21, por exemplo, encontram na vida rural o sustento e os artifícios necessários para serem felizes. Eles integram um grupo de cerca de 12 mil pessoas de 14 a 29 anos que moram no campo na capital federal. A dupla de amigos vive no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, e trabalha com agricultura familiar. Eles não escondem a satisfação de não precisarem conviver com a cidade grande.

Escolha consciente
Natural de Paracatu (MG), Leandro sempre sonhou ser agrônomo. Veio morar em Brasília e, desde pequeno, não hesitava em brincar na rua e sujar as roupas de poeira. Filho de um médico e de uma dentista, realizou o desejo antigo e logo se despediu da vida urbana. “Estudei na UnB (Universidade de Brasília) e, quando me formei, vim para a chácara. Tenho certeza de que meu lugar é aqui”, conta. A casa de campo da família existia, mas costumava ficar abandonada. Quando se mudou para lá, em dezembro de 2013, o agrônomo decidiu transformar a rotina do local. Decidiu ocupar seu tempo a plantar, colher, pescar e cuidar dos bichos. “Quando comecei, não sabia de nada. Devo tudo que aprendi à ajuda do pessoal da região, pessoas que, na maioria das vezes, nem têm ensino fundamental.”

Com as instruções que recebeu e com a lida diária, começou a produzir maracujá, maxixe, quiabo, berinjela, abobrinha e repolho. Recentemente, estreou no cultivo de tomates e tem aprimorado a técnica dia após dia. Com uma equipe pequena, o negócio está se tornando cada vez mais rentável. “Vendo na Ceasa (Central de Abastecimento do Distrito Federal) e numa associação de produtores rurais. Em época de colheita, são três agricultores além de mim no trabalho”, diz. O jovem namora uma agrônoma moradora da capital e sonha: “Queria que ela largasse tudo e viesse para a roça.” Os motivos de tanto amor pelo campo são muitos, mas se resumem, principalmente, à qualidade de vida. “Mesmo sendo zona rural, aqui tem de tudo. Faço as coisas quando quero, não me preocupo em trancar a casa ou o carro. É uma tranquilidade gratificante”, garante.

A maioria dos colegas de universidade de Leandro seguiu outros rumos. “Quase todos foram fazer mestrado ou prestaram concurso público, mas eu nunca tive esse perfil”, percebe o produtor. Trabalhando de domingo a domingo, o agrônomo lamenta que ainda falte mão de obra de qualidade no campo. “O governo promove poucas ações. Se não fosse a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), não teríamos nada”, pontua.

Criado na lavoura
O técnico agrícola Israel, vizinho de Leandro, é filho de agricultores e apaixonado pelo estilo de vida rural. No entanto, acredita que ainda há uma carência de oportunidades para que jovens possam trabalhar de forma mais qualificada no campo. “Acho que faltam bolsas de estudo para áreas relacionadas ao que fazemos aqui. Muita gente quer estudar, mas não tem dinheiro”, esclarece. Com jeito tímido e sotaque goiano carregado, Israel se orgulha de ser agricultor. Planta milho e soja e garante que só deixa a zona rural quando morrer. “Nem se eu me casar saio daqui. Quero ficar nesse lugar até o fim da minha vida.”

Questionado sobre o que faz nas horas livres, ele garante que não faltam atividades para a juventude. “Participo de cavalgadas, bailes e sempre me reúno com os vizinhos para jogar e conversar. Aqui também temos o campeonato de futebol no Núcleo Rural”, enumera. Fã de sertanejo e de moda de viola, ele fala sobre os desejos para o futuro. “Penso em ampliar a área de cultura e em fazer faculdade de agronomia”, vislumbra.

Legislação
Para atender a jovens como Leandro e Israel, o Governo do Distrito Federal (GDF) sancionou, em março, uma lei que visa a qualificação de rapazes e moças que vivem no campo. O objetivo é desencorajar o êxodo rural. Ainda aguardando regulamentação para começar a valer, a Lei Distrital nº 5.617/2016 incentiva a criação de projetos de desenvolvimento profissional por meio de parcerias entre órgãos públicos e privados. Os recursos para essas ações de fomento devem vir do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Fundo de Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (FDR) e da cooperação com empresas.


O subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri-DF), Hercilio da Costa Matos, explica que a nova regra vai incentivar a capacitação dessa parcela da população de maneira alternativa. “Pretendemos implementar uma modalidade de educação em que o educando permaneça parte do tempo no campo trabalhando e parte na escola”, aponta. Segundo ele, a norma ocupará os participantes, de maneira a beneficiar esse setor de produção. “Os jovens têm que passar por um processo de aprendizagem para que, assim, prestem um serviço de qualidade no espaço rural. A ideia é dotá-los de conhecimentos técnicos, para que eles gerem as próprias ocupações”, enaltece.

Para que a proposta saia do papel, a legislação propõe uma ação conjunta entre as Secretarias de Educação, de Agricultura e de Trabalho do DF. Além disso, recomenda haja investimento significativo nesses jovens, em aspectos como saúde, esporte, lazer e cultura. “Ainda neste semestre, queremos começar um trabalho de profissionalização, especialmente para filhos de agricultores e de assentados na reforma agrária”, complementa o subsecretário.  

Universo  promissor

Quem trabalha no campo gera riquezas consideráveis para o país: o Produto Interno Bruto (PIB) do setor é o único com perspectivas positivas para 2016 e deve crescer 1,59%, segundo previsão do relatório de mercado Focus, do Banco Central. O PIB da agropecuária também foi o único a crescer, com alta de 1,8%, segundo o IBGE. Apesar da crise, a geração de oportunidades continua favorável. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE), no ano passado, a agricultura foi a única dos oito áreas da economia a apresentar aumento na geração de emprego, com incremento de 9.821 postos de trabalho.

Em janeiro de 2016, o setor gerou 8.729 vagas; e, em fevereiro, fechou 3.661. Mesmo assim, no segundo mês do ano, o ramo continuou trazendo boas notícias para a Região Centro-Oeste, uma das duas do Brasil a demonstrar expansão do nível de emprego, com incremento de 4.659 vagas. Segundo o MTE, o resultado é, em grande medida, fruto da ampliação de posições na agricultura, da ordem de 6.084 postos. Na mais recente Relação Anual de Informações Sociais (Rais/MTE), que reúne dados de 2014, havia 1,47 milhão de pessoas trabalhando de carteira assinada com agropecuária, extração vegetal, caça e pesca no Brasil.



Quer estudar?

Confira opções de cursos gratuitos para trabalhar com o ramo no DF

Universidade de Brasília
Entre as opções, estão graduação em gestão do agronegócio, agronomia e educação do campo. Há ainda opções de pós-graduação na área. Informações: www.unb.br.

Instituto Federal de Brasília
Oferece cursos técnicos em agropecuária e agronegócio, além de graduação em agroecologia. Informações: www.ifb.edu.br.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)
Há opções de cursos de formação profissional rural em diversas cidades do DF. Os interessados podem aprender atividades como apicultura, avicultura e fruticultura. Também há aulas a distância. Informações: www.senardf.org.br.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A horta comunitária do Morro Azul, em São Sebastião, surgiu como uma forma de protesto. A morte de uma moradora em agosto de 2004 por hantavirose foi a gota d'água para a comunidade. Os moradores decidiram, então, pegar a enxada e agir por conta própria: foi aí que o lixo saiu de cena e o medo deu lugar a uma conquista.

O líder comunitário Osmane da Silva tratou de reunir a comunidade e mostrar aos vizinhos que o projeto só traria avanços. “Essa era uma área com muito mato e muita sujeira. O fato da minha vizinha Marinalva Silva ter sido contaminada nessa região nos levou a reunir as pessoas e fazer uma horta comunitária aqui, onde era um local de jogar entulho. Queremos mostrar o quanto esse projeto faz bem para a nossa comunidade”, diz Osmane.

Ele conta que a horta ajuda também a levantar a auto-estima dos participantes. “Hoje essa horta nos dá muito prazer, até como forma de terapia. Às vezes, a gente está em casa, em lotes pequenos, sem infra-estrutura... quando a gente vem para cá, o contato com a terra ajuda a todos nós”, afirma o líder comunitário.

O projeto começou pequeno. Só cinco pessoas compraram a idéia. Mas hoje são 30 famílias, que se revezam para cuidar da horta. E eles foram atrás de ajuda: fizeram mutirões e aprenderam também com a Embrapa. Agora, caminham com as próprias pernas. O pedreiro Manoel Carvalho Santos tem na ponta da língua a receita que fez o projeto dar certo. “Uma andorinha só não faz verão. É muito importante a pessoa ter união. É todo mundo unido que chega lá. Deu certinho, graças a Deus, e vai dar cada vez mais”, acredita.

A comunidade teve que aprender a se organizar. Os homens lidam com a terra, cultivam as sementes. As mulheres mantêm a plantação junto com as crianças, que ajudam a irrigar a horta e a colher as verduras. Os moradores sentem o resultado até no bolso. “Isso aqui é uma maravilha. Ninguém compra mais. Essa alface aqui custa uns R$ 4 no supermercado. Hoje, a gente tira isso aqui de graça, só às custas do trabalho da gente”, orgulha-se a dona de casa Maria Edilene de Andrade.

A horta tem alface, cebolinha, coentro, mandioca e até algumas frutas. Tudo isso vai parar na mesa de quem cuida da plantação. Manter o local limpo trouxe até mais tranqüilidade para a vizinhança. Por quatro meses, eles ficaram sem notícias de assaltos. As brigas de rua, antes tão freqüentes, hoje são raras. “Aqui é tranqüilo para nós. Dormimos sossegados, sem pensar em nada. Aqui não tem bandidagem. Tem lá para baixo, mas aqui não tem!”, garante José Luiz Mesquita, de 80 anos.

O morador José Soares dos Santos também se sente mais seguro depois que o projeto ganhou corpo. “Antes, existia só medo. Existia medo até de passar por perto. Hoje, várias pessoas, até mesmo que não pertencem à nossa quadra, vêm visitar a horta. Isso aqui é um orgulho para a quadra 12 e até para São Sebastião”, diz.

Ainda falta muito a fazer. Nem o asfalto nem o esgoto chegaram ao local ainda, mas foi em um pequeno pedaço de terra que todos entenderam o que é viver em comunidade. Da horta, tiraram a lição: podem muito mais do que apenas esperar. “A horta significa orgulho, auto-estima; significa você dar a volta por cima. Viver a prática de um projeto comunitário, dividindo com os seus vizinhos, é fantástico!”, enfatiza Osmâne da Silva.

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